Continua repercutindo, dando o que falar, o desabafo de Joel Santana na entrevista coletiva da última quarta-feira, pela manhã, no Centro de Treinamentos do Fazendão. O treinador não assimilou as críticas e a responsabilidade direta da má campanha do Bahia na Série A do Campeonato Brasileiro, e a imprensa continua lhe responsabilizando por erros na escalação e modificações da equipe que resultaram em derrotas, como a de domingo passado, de 2 a 0 para o Palmeiras, a 5ª em casa, no Estádio do Parque de Pituaçu, e a 14ª ao longo da disputa da 1ª Divisão do Brasileiro deste ano.Procurando ser ético, justiça seja feita, Joel Santana tem apontado os erros, revelado detalhes de bastidores no trabalho do dia a dia no CT do Fazendão, mas evitando citar nomes, jogar a culpa nas costas deste ao àquele jogador. O treinador insiste apenas que alguns resultados ruins foram literalmente “cantados”, previstos por ele nas preleções com o grupo, e nem assim os gols sofridos de bolas paradas foram evitados. “Agora vou jogar contra o Santos.
Nós já sabemos que os pontos fortes deles são Neymar, Ganso e Borges. Então não tem mais o que falar. Nós não temos que ter mesmice. Vamos jogar contra o campeão da América, o Santos de Pelé, Neymar, Ganso e temos que tentar surpreender, como fizemos contra Fluminense, o Flamengo”.
Mas ao mesmo tempo em que revelou as forças e perigos do adversário, o técnico Joel Santana fez questão de ressaltar para a imprensa, que não esperem um time do Bahia retrancado, acuado, com medo de jogar contra o Santos, resumindo tudo em uma frase: “Futebol não é só marcar, é criar”.
“Não adianta chegar lá e jogar 90 minutos do meio para trás. Tenho que saber como vou atacá-los dentro da Vila Belmiro. Eles têm o artilheiro do campeonato, o jogador mais badalado do país e aquele que nós apostamos que seja o jogador diferenciado para chegar na Copa do Mundo com talento.
Mas isso não quer dizer que vou chegar lá para defender. Vou descobrir as falhas deles, porque ninguém é perfeito. Vou ter que encontrar um meio de anular os jogadores e fazer o gol”, explicou o técnico do tricolor baiano, destacando a importância desta partida para o Bahia e prometendo muita luta para sair da Vila Belmiro com um resultado positivo, um ponto, um empate, suficiente para carimbar o time baiano na 1ª Divisão de 2012.
“Para eles, o jogo não vale nada. Para nós, representa um ano de trabalho. É um jogo que vale o campeonato. Para eles, é só cumprir tabela. Vamos com a mesma energia e a mesma disposição. É melhor jogar contra o Santos, que vai ter audiência do Brasil inteiro, do que um jogo sem torcida. E ninguém vai para Santos dois dias antes para fazer turismo. Nós vamos para lá para trabalhar. Tomara que a gente resolva”.
Tribuna da Bahia
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